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História do Transporte Coletivo


Tudo começou na década de 20 e 30, onde houve um momento de crescimento de veículos e transportes públicos, devido ao bom momento pelo qual passa a economia local, em especial a agropecuária. Mas a necessidade do transporte coletivo não ficava apenas na questão da segurança, mas também aos fazendeiros que abasteciam a cidade e, apesar deles usarem a carroça ou carreta, necessitavam de um transporte mais rápido para atender a população do meio rural. Com isso iniciou-se a circulação dos ônibus jardineiras.

Inicialmente as pessoas juntavam-se, no geral parentes da mesma família, e compravam ônibus fora do estado, daí ofereciam transporte do local onde moravam até o centro da cidade e vice-versa ou até para outras cidades. Uma lei criada em 7 de janeiro de 1924 autoriza a contratação de serviços de transporte coletivo público por ônibus através da concorrência pública. Foram feitas pesquisas para organizar um transporte que já existia. Nessa época a prefeitura começava a ter a preocupação em controlar e coordenar normas e leis para o transporte público, que já era comum nas principais vias da cidade e funcionava apenas no período diurno com exceção do trem de passageiros que chegava às 19 horas, no caso quando não ocorria imprevistos que faziam atrasar. Quando isso ocorria, o horário acabava sendo estendido. Na época o maior fluxo de transporte público era o intermunicipal e interestadual. A partir daí passou a haver empresas que transportam cinco vezes ao mês da cidade para outras localidades no mesmo estado.

Em 1931 a concessionários Irmãos Candia revendia vários veículos (caminhão, caminhonete e automóvel) da marca Ford, havendo também os anúncios diversos nos jornais no mesmo ano, onde anunciava a sua resistência, conforto e a potência dos seus caminhões. Apesar de não ser algo exclusivo no Brasil, visto que em outros estados também se transformava caminhão em ônibus (em São Paulo o investimento da compra era feito em família que iam buscá-lo para utilizá-lo no transporte coletivo como meio de sustentação da família). Uma lei criada em 15 de junho de 1937 (que aprova a lei número 10) autoriza a concessão do serviço de transporte por auto-ônibus (urbano e interurbano), e obrigava a criação da pessoa jurídica para oferecer o serviço de transporte público e consequentemente todos deveriam se enquadrar nessa lei.

No ano de 1949 já havia uma frota grande de ônibus circulando na cidade de Campo Grande, em razão da Lei de 29 de novembro de 1949 em que os vereadores aprovaram o projeto número 133, em que eles destinam a verba de 1949 para a construção de uma estação rodoviária destinada a ônibus e caminhões.

Com os anos, aumenta-se o número de ônibus, mas ainda era difícil conseguir serviços de manutenção, pois ainda não havia revendedoras de peças para ônibus, além do que os mecânicos eram os artesãos, pois eram eles que faziam o molde de peças que estavam desgastadas ou quebradas e mandavam fundi-las na Indústria Estevão (sendo ela uma das primeiras, que fabricava carroças e charretes), que tinham uma fundição metalúrgica que atendia essas necessidades. Havia outra forma de conseguir peças para reposição: leilões de chassi e peças de caminhões promovidos pelo quartel do exército.

Os proprietários dos ônibus eram ao mesmo tempo motorista, cobrador e mecânico do veículo que operavam, e, apesar de executar todas as tarefas de manutenção ainda tinha um ajudante para caminhar quilômetros para buscar peças e recurso e tirar o veículo e passageiro da situação em que se encontram ou para tirar o ônibus do atoleiro. Nem sempre as estradas permitiam o tráfego fácil. E além de fazer a manutenção dos ônibus, os proprietários tinham que fazer a sua limpeza para retirar a poeira e o barro que tinham nas vias da cidade, que era feita dentro dos córregos, pois na época não havia meios padronizados para a limpeza dos veículos (um dos córregos mais usados era o Prosa, na atual Avenida Fernando Correia da Costa, com a rua Joaquim Murtinho).

Mais empresas foram surgindo na cidade e essas também encontravam dificuldades, tendo que vender para outras com mais condições de ampliar a sua frota. Nessa época seus proprietários não tinham a ambição de fazer suas empresas enriquecer e contratar centenas de funcionários, sendo assim um trabalho autônomo de prestação de serviços. Também não existia registro de funcionários, pois o próprio dono era o motorista e seus familiares os funcionários que revezavam funções de motorista, cobrador, lavador, mecânico e lubrificador, entre outras. Todo o dinheiro arrecadado ficava em poder dos proprietários, pois não havia escritório e/ou tesoureiro e em razão disso não é possível saber quanto arrecadavam por mês na atividade.

Não existia planejamento, cada proprietário tinha um ônibus, o que se tornaria uma empresa vários anos depois por exigência da prefeitura, tendo cerca de três pessoas trabalhando juntas, realizando a manutenção do ônibus. Durante muitos anos as pessoas que forneciam o transporte tinham apenas um ônibus para trabalhar, aos poucos que prosperavam, cerca de 2 a 3 anos, depois conseguiam comprar um segundo ônibus, e continuava sendo distribuída as funções dentro da família, quase sempre contando com o trabalho de 2 pessoas dentro do ônibus, o cobrador, normalmente o filho ou irmão do motorista, que era o dono.

Somente nos primeiros anos do surgimento transporte coletivo, é que o motorista tinha liberdade para decidir sua rota, mais tarde o itinerário passou a ser feito pela prefeitura. Por pouco tempo viram-se nas ruas de Campo Grande as chamadas jardineiras, que eram ônibus menores, porque logo na década de 50 haveria ônibus grandes parecidos com os atualmente vistos, com bancos acolchoados bem confortáveis. Mesmo nas jardineiras havia a conhecida “catraca”, e quando iniciavam o serviço, normalmente circulavam levando para o centro da cidade, pessoas do bairro onde residiam.

Com o crescimento desse serviço a prefeitura envolveu-se e regularizou a situação, obrigando assim que cada proprietário de ônibus que quisesse oferecer o serviço de transporte coletivo regulariza-se sua posição, abrindo uma empresa de transporte e colocando aquele ônibus, normalmente singular, como patrimônio e veículo da empresa que presta serviço de transporte coletivo ou intermunicipal à comunidade. Um bom número de empresas com apenas um ônibus surgiram, as linhas posteriormente foram divididas pela prefeitura, a qual obrigava a empresa comprar a linha para circular e não podendo avançar o perímetro estipulado pela prefeitura.

Dessa forma muitos ônibus, de propriedade familiar, foram acoplados à algumas poucas empresas, ficando no final da década de 50 e início de 60, apenas as empresas que estavam melhor organizadas e ambicionavam seu desenvolvimento. Na década de 60 as empresas do transporte coletivo estão consolidadas, mas ainda eram empresas do tipo familiar. Em 1967 tem-se a aprovação do projeto nº 1442 concessão da Estação Rodoviária mediante a concorrência pública e em 29 de novembro de 1979 foi aprovado o projeto nº 2412, que define o sistema de transporte coletivo de Campo Grande. Mostrando dessa forma que com o passar dos anos o município cada vez mais foi se envolvendo com as questões do transporte devido à necessidade de atender a população com o transporte urbano.

O transporte coletivo realizado por ônibus em Campo Grande é denominado de Sistema Integrado de Transporte (SIT). O Sistema entrou em operação em 1992 e consiste em proporcionar ao usuário a opção de deslocamento através da integração física e tarifária de Terminais de Integração. Essa integração possibilita a acessibilidade a vários pontos da cidade com o pagamento de uma única tarifa.

Hoje, o pagamento da tarifa é feito através de um cartão magnético. Essa medida ajudou a reduzir em 99% o número de assaltos ao transporte coletivo.

Nos últimos anos o transporte local teve um crescimento de qualidade muito significativo e em 2007 foram implantado alguns ajustes: extinção do terminal de transbordo central e implantação da bilhetagem eletrônica, além da conclusão do sistema integrado, com isso 100% das linhas passaram a pertencer ao sistema integrado.

Em 2011, foram criadas as Estações Pég-Fácil, que são estações de pré embarque em localizações de grande fluxo de pessoas na cidade. Foram criadas para agilizar no embarque e na eficiência do transporte coletivo da cidade

Em 2012, com a saída da Serrana Transportes Urbanos, entrou no lugar a Auto Viação Floresta, que também faz parte do Consórcio Guaicurus, mesmo eles dizendo que desconhecem a empresa.
A empresa assumiu as linhas da extinta Serrana, e contratou a grande maioria dos seus motoristas.
Atualmente, quem domina o transporte coletivo de Campo Grande é o Consórcio Guaicurus, que é a junção das 4 empresas da cidade, e a entrada de uma nova empresa, que são:

(1XXX) Viação Cidade Morena
(2XXX) Viação São Francisco
(3XXX) Jaguar Transportes Urbanos
(4XXX) Viação Campo Grande

Distribuídos em 572 ônibus (divididos em aproximadamente 180 linhas), a cidade é servida também pelos corredores de ônibus e atualmente dispõe de sistema integrado em que em uma hora o usuário pode usar mais de uma linha de ônibus pagando uma única passagem, que vale para todos os seus oito terminais de transbordo e suas 7 estações Pég-Fácil.

Fonte: Wikipédia / ASSETUR / AGETRAN


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