Pular para o conteúdo principal

Ônibus e o poder legislativo


Existem regras de bom senso para quem anda de ônibus, que quando se vê um idoso, ou uma gestante, ou uma pessoa com criança de colo entre outros, deve se levantar e ceder o lugar para esta pessoa. Porém como nem todos cumprem as regras do bom senso, são reservados alguns lugares para eles nos ônibus. 

Assento preferencial, geralmente na cor amarela ou vermelha. É um assento diferenciado dos demais, reservado para pessoas com necessidades especiais.

Recentemente o vereador João Rocha, tentando mostrar serviço, aprovou uma lei que torna todos os bancos dos ônibus preferenciais. Há muitas coisas a se discutir nesta lei, um dos principais pontos é a eficácia que ela teria, pois quem será responsável por fazer esta lei funcionar na prática?  Mas um dos principais pontos a serem levantados é o completo desinteresse e incapacidade do legislativo de lidar com o assunto transporte coletivo. 

Vereador João Rocha, autor do projeto de lei que torna todos o assentos dos ônibus preferenciais em Campo Grande.

O sistema de transporte de Campo Grande está péssimo, como já foi diversas vezes mostrado aqui no blog, principalmente por conta de um poder público que não age e pior ainda, quando age, não sabe o que fazer. Porque o vereador João Rocha e seus colegas não propõem leis proibindo o Consórcio de operar a revelia? Estabelecendo limites mínimos de intervalo para cada tipo de linha ou especificações mínimas de qualidade dos veículos que operam na cidade? Porque nossos vereadores não exigem mais transparência da Agetran, que muda itinerários, horários e principalmente retira ônibus das linhas sem que ninguém fica sabendo? Porque eles que se vangloriam tanto de fiscalizar o executivo não trouxe uma informação durante todo este tempo que ajudasse a esclarecer melhor esta relação entre o executivo e as empresas de ônibus? Aliás, até onde consta, existe um comissão de transporte coletivo a anos na câmara municipal, e o que ela faz? Se alguém souber informar, a equipe Ligados no Transporte ficaria contente em saber. 

Se a lei do vereador João Rocha é boa ou não. cabe a discussão, mas seja como for não mudará em nada a caótica situação que vive a cidade. Se algum vereador quiser ser lembrado nesta legislatura por contribuir com a área, por favor, não se lembre dela somente quando for procurado por um líder de bairro que quer o ônibus passando na frente da sua casa, busque soluções mais práticas, estudem o assunto, busquem conhecer os modelos de outras cidades, o que funciona e que poderia ser aplicado em Campo Grande.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sistema de cores do transporte de Campo Grande: pode enterrar.

Os mais saudosistas se lembram com carinho quando em 1992 foi inaugurado o SIT em Campo Grande, sistema integrado de transportes, com a construção dos terminais Bandeirantes e General Osório. Este sistema, baseado no de Curitiba, trouxe uma nova divisão de linhas e alterou a pintura dos ônibus, antes cada empresa tinha sua pintura, após a implementação deste sistema, a pintura foi padronizada com 4 cores, eram elas: Amarelo: Linhas convencionais, que fazem trajeto centro-bairro.  Vermelho: Linhas troncais, que fazem trajeto terminal-terminal passando pelo centro ou terminal-centro.  Verde: Linhas interbairros, que fazem trajeto terminal-terminal mas sem passar pelo centro.  Azuis: Linhas alimentadoras, fazem trajeto bairro-terminal.

Análise dos dados da pesquisa Origem / Destino de Campo Grande - MS Parte 2

Na segunda parte das análises dos dados da pesquisa Origem / Destino encomendada pelo Consórcio Guaicurus, focaremos na origem destino propriamente dita, ou seja, de onde para onde as pessoas se movem na cidade. Essas informações seriam muito úteis para o replanejamento das linhas de ônibus da cidade, mas como dito nas análises anteriores, o relatório traz números com pouquíssimas análises em cima deles. Nesse texto tentamos simplificar ou pelo menos trabalhar esses números de forma diferente para obter mais informações.  Foto na formatação original de uma das tabelas presente na pesquisa e apresentada nessa análise. A  cidade foi dividida em nove regiões, numerada na pesquisa da seguinte forma:

Artigo: Manifesto contra os letreiros laterais

Ônibus de modelo mais recente em Campo Grande, com letreiro eletrônico próximo da porta ao invés de uma placa com itinerário da linha. (Autor: Eric Moises Martins). Todos que andam de ônibus em Campo Grande já se depararam com aquela plaquinha que fica próxima a porta de entrada dos ônibus, com o nome das ruas que fazem parte do itinerário da linha. Já repararam também que desde 2011 passaram a chegar ônibus que no lugar da plaquinha lateral, tem um letreiro eletrônico indicando o nome da linha. Minha pergunta é: qual a vantagem de se ter um letreiro eletrônico lateral indicando a mesma coisa que o letreiro frontal, o nome da linha?